[Resenha] Uma Saga na Toscana de Belinda Alexandra

Título : Uma Saga na Toscana
Autor : Belinda Alexandra
Paginas : 472
Editora : Fundamento
Gênero : Suspense, Romance
Classificação:  


Sinopse:

Florença, 1914. Um homem misterioso deixa uma criança recém-nascida aos cuidados das irmãs do convento de Santo Spirito. Uma pequena chave prateada escondida em suas vestes é a única pista sobre sua identidade. Quinze anos mais tarde, a vida da órfã Rosa Bellochi está prestes a mudar. A jovem precisa deixar a proteção das freiras para se tornar a nova preceptora da filha do marquês de Scarfiotti, membro da aristocracia local. Entretanto, seu novo lar está prestes a ser também sua ruína. A atmosfera sombria e cruel que envolve a família Scarfiotti vai destruir a inocência da moça e arrastá-la para uma teia de assassinatos, conspirações e segredos, devastando tudo ao seu redor.
Contando apenas com seu instinto de sobrevivência e sua paixão incondicional por um homem de passado sombrio, Rosa terá que enfrentar um destino incerto e sacrificar sua liberdade, corpo e dignidade mas nunca sua fé em nome daqueles que ama.
Toda recompensa requer um sacrifício.
Somente o amor poderá perdoá-la.
Somente a verdade poderá salvá-la.
Uma saga na Toscana é um romance histórico arrebatador, repleto de amor e ódio, mentiras, intrigas e mistérios em meio ao cenário desolador da Segunda Guerra Mundial.

O título da obra é bem explicativo sobre como o livro é: reviravoltas para todo o lado e personagens indo e voltando na narração. O livro é dividido em três partes e é difícil falar da história da segunda e terceira parte sem revelar alguma reviravolta ocorrida na parte anterior. Tentaremos passar algumas características que podem ser observadas, sem entregar algum eventual mistério do livro:

Parte Um - (6 capítulos) Aqui temos a descrição da nossa protagonista, Rosa, que como descrito na sinopse, é abandonada no convento, cresce como uma bela e talentosa moça e levada para trabalhar para uma família nobre de Florença. Nesse inicio temos a apresentação de vários personagens e uma ambientação do lugar onde imagina-se que se passará a história. Rosa é uma adolescente conhecendo o mundo, visto que passara toda a vida num convento.

Parte Dois- (9 capítulos) A reviravolta na parte Um muda totalmente o rumo da história e nos leva para um outro ambiente. A narração muda muito o rumo que vinha tomando e parece que estamos em outra história. Mais personagens são apresentados, e vimos aqui uma transformação radical da forma de pensar da nossa protagonista.

Parte Três - (14 capítulos) Temos um salto temporal e vemos novas mudanças no comportamento e na ideologia da nossa protagonista. Nessa parte, a história se passa durante a Segunda Guerra, que entra de forma indireta na história. É a mais longa das partes, em algumas ocasiões temos acontecimentos e personagens que fazem referencia com outras partes.

Como foi dito, é difícil explicar bem as partes sem fazer revelações de enredo, sendo que alguns dos quais, podem fazer você  se privar do prazer de ser surpreendido. Mas alguns fatos não deixavam de incomodar. Um deles é que a história muda muito de uma parte para a outra: no inicio temos a impressão de que Rosa é uma bruxa e que vamos ver um desenrolar nisso, mas nas outras partes isso praticamente desaparece (não vejam como um spoiler, vejam apenas como uma dica para não criar expectativas). Muitos dos personagens apresentados somem ou demoram muito para voltar na história, de forma que, mais para o final, quando alguém é citado tem-se uma certa dificuldade para lembrar quem é.

Além disso, o livro consegue encerrar muitos mistérios deixados por eles ao longo do livro, mas não todos (ficam no ar perguntas do tipo "mas perae, aquele cara num tinha...mas e aquele pian...mas ela num era bru...mas e aque...mas e...mas e...). Isso pode ser meio frustrante porque pode parecer um certo desleixo da autora em se perder em sua própria história, mas por outro lado, fiquei pensando o quanto isso poderia ser intencional: na nossa vida também fazemos coisas e conhecemos pessoas e que achamos ser importantes para a vida toda, mas que depois de um certo tempo deixamos de fazer ou simplesmente esquecemos.

O final é digno e aceitável dentro da proposta do texto (não seria legal passar por 463 páginas para descobrir um final medíocre). Apesar de algumas obervações negativas aqui ou ali, e possivelmente algumas boas que por descuido não foram citadas, é um livro interessante. Vale a pena a leitura!

RESENHADO POR MARCUS VINICIUS