[Resenha] Graça Fatal de Louise Penny

 







Graça Fatal
Autor :  Louise Penny
Paginas : 352
Editora : Editora Sextante
 Gênero : Romance Policial, Ficção                           Classificação :


Sinopse:
Sejam bem-vindos a Three Pines, um vilarejo pitoresco do Quebec, onde os moradores fazem os últimos arranjos para o Natal... e alguém se prepara para matar.
Ninguém gostava de CC de Poitiers: nem o marido patético, nem a filha apática e muito menos os moradores de Three Pines. Ela conseguiu se indispor com todos à sua volta até o dia em que foi morta.    O inspetor-chefe Armand Gamache, uma lenda na polícia do Quebec, é chamado de volta ao vilarejo para investigar esse novo homicídio.
Ele logo percebe que está lidando com um crime quase impossível: CC foi eletrocutada no meio de um lago congelado, na frente de toda a cidade, durante um torneio esportivo local. E ninguém parece ter visto algo que ajude a esclarecer o caso.
Quem teria sido insano o suficiente para tentar algo tão arriscado e macabro – e brilhante o suficiente para conseguir executar o plano?
Com seu estilo compassivo e observador, Gamache escava sob a superfície idílica da comunidade para descobrir segredos perigosos há muito enterrados, enquanto fantasmas do próprio passado ameaçam voltar para assombrá-lo.


“Então percebi que estava na companhia de pessoas que amavam não só livros, mas as palavras. Faladas ou escritas, o poder das palavras.”
Olá pessoas, como falei na resenha do livro anterior, eu precisava ler essa história urgente, depois de ter lido a amostra. E vou ser sincera, mais uma vez uma delícia de história, de leitura e agora vou contar um pouco sobre ela.

Temos mais de um ponto de vista e o começo vai nos apresentando os principais personagens dessa história. A cidade onde se passará o crime será Three Pines então, sim estaremos no mesmo cenário da história anterior e não você não precisa ter lido a história para entender essa. Porém, quem leu vai entender as referências, melhor as histórias a quem os personagens se referem e claro, conhecer um pouco mais de outros personagens além de Gamache que vão ganhando destaque durante o desenrolar da série.

Você pode nesse momento estar pensando em Sherlock ou mesmo Poirot, mas toda a escrita do detetive de Penne é diferente do de Conan Doyle e Christie. Aqui o foco não é o crime e nem o criminoso, por incrível que pareça o grande destaque é o conteúdo humano. Claro que ele assim como os famosos investigadores citados Gamache tem seus defeitos ele escava sob a superfície da comunidade para descobrir segredos perigosos há muito enterrados, e para ressaltar ainda mais sua singularidade ele é casado e está no sistema policial por isso ele precisa trabalhar e lidar com os fantasmas do próprio passado ameaçam voltar para assombrá-lo.
“Assassinos eram humanos, e na raiz de cada assassinato havia uma emoção. Deformada, sem dúvida. Distorcida e feia. Mas uma emoção. E tão poderosa que, às vezes, uma pessoa a mandar alguém para o outro mundo.”
Diferente da história anterior a pessoa que morre não era uma antiga cidadã e nem mesmo era querida e amada como a vítima anterior era pelos moradores de Three Pines. Ninguém gostava de CC de Poitiers, sério nem o marido patético, nem a filha apática ela conseguiu se indispor com todos à sua volta até o dia em que foi morta. E aqui começam as referências a Frankenstein e confesso que levei um tempo até entender a referência moral por trás da história da criatura que encontrou em seu criador o seu algoz, num ciclo impiedoso de dor e violência.

Mais uma vez a escrita é fluida e deliciosa, o caso parece simples até você perceber que estava completamente equivocado e que cada curva revela um novo possível suspeito mesmo que não seja o mais provável. O clima não poderia ser mais destoante para um crime dessa natureza, CC foi eletrocutada no meio de um lago congelado, na frente de toda a cidade, durante uma celebração esportiva local e ninguém parece ter visto algo que ajude a esclarecer o caso. Claro que ninguém espera que algo assim aconteça em especial durante os últimos arranjos e a comemoração das festas Natalinas.
“Estava certo de que agora o inspetor-chefe Gamache confiava nele. E isso era o essencial. Muita coisa dependia de ganhar a confiança de Gamache.”
Falando em passado, não é apenas o do investigar que parece ter voltado, toda a cidade parece se encontrar com os 3 fantasmas dos natais e muitos dos moradores parecem ter contas a ajustar. Tudo isso em meio ao francês de Quebec e o Inglês britânico e a típica conversa de interior que é cheia de referências a histórias locais que só sendo muito habilidoso para não se levar pelo julgamento das aparências para não cometer um erro brutal de interpretação e julgamento.

O reencontro com os personagens do livro anterior que moram em Three Pines não poderia ser mais delicioso (tirando quem cometeu o crime) e também a construção do título da história não poderia ser mais significativa eu simplesmente amei descobrir o porquê do título. Alguns deles continuam sendo difíceis de gostar e outros começam a mostrar que sim, a história tem histórias correndo em paralelo com a investigação que fica em primeiro plano. Mais uma vez não temos um romance, mas o amor entre casais da história vai acontecendo exatamente como na vida fora da ficção e confesso amar cada migalha que a autora entrega sobre eles.
“As lembranças podem matar, Yvette. Às vezes, o passado nos alcança, nos agarra e nos leva para lugares aonde não deveríamos ir.”
Adorei saber mais sobre as tradições de natal canadenses, o esporte da vassourinha e como a autora abordou várias questões importantes e que deixam marcas na criança e moldam o adulto que ela virá a tornar-se. Como o passado é um fator importante para o presente, mas que esse não pode determinar o futuro, ele precisa ser resolvido e deixado para trás ou se tornar um fardo insustentável para se carregar por toda a vida.

Eu amei a edição porque veio com um mapa de duas páginas da cidade, com pontos de localização e referência, página amarela, diagramação perfeita pra leitura com tamanho e espaçamento de fonte super confortáveis, eu gostei da tradução e achei a revisão foi bem-feita.

Resenhado Por Efinco do Blog Pretenses

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