[Resenha] A Casa dos Novos Começos de Lucy Diamond







Título: A Casa dos Novos Começos
Autor:
Lucy Diamond
Páginas: 320
Editora: Arqueiro
Gênero: Romance, Chick-lit
Classificação:

Sinopse:

Um romance que mescla humor, temas sérios - como perda e luto - e as responsabilidades de mulheres contemporâneas.

Em uma casa elegante próxima à orla, três moradoras têm mais em comum do que imaginam...
Uma terrível descoberta leva Rosa a largar uma carreira de sucesso em Londres e, num impulso, recomeçar a vida como sous-chef em Brighton. O trabalho é árduo e estressante, mas a distrai. Bem, pelo menos até ela conhecer a adolescente emburrada que mora no apartamento ao lado, que a faz questionar suas escolhas.   Georgie se muda para o Sul com o namorado, Simon, atrás de uma incrível oportunidade... para a carreira dele. Mas ela está determinada a ser bem-sucedida como jornalista e faz de tudo para trabalhar para uma revista local. A princípio, a cidade parece recebê-la de braços abertos, mas não vai demorar muito até ela se meter em várias enrascadas.    Após uma grande tragédia, Charlotte passa as noites isolada em seu apartamento. Porém, Margot, uma senhorinha estilosa que mora no último andar, tem outros planos para ela. Querendo ou não, Charlotte vai precisar encarar o mundo real... e todas as suas possibilidades.   Quando as três se conhecem, a esperança renasce, a amizade floresce e um novo capítulo se inicia na vida dessas mulheres.

Olá, vim falar de uma série que me cativou muito na Arqueiro! A Série Romances de hoje. E nada mais atual que as responsabilidades e sentimentos das mulheres atuais. Que apesar de diferentes dos que eram enfrentados antigamente, não são tão novos assim.

O romance tem mais de uma narrativa e por isso pode causar uma estranheza para algumas pessoas, mas nada que interfira na história, ao contrário, alterna os capítulos com a narrativa em primeira pessoa de cada uma das 3 personagens que dividem o protagonismo da história, e um narrador em terceira pessoa, faz o elo de forma leve entre as três quando elas não estão presentes na cena.

Com uma mistura leve de romance, humor e assuntos vemos as moradoras dos apartamentos onde antes eram uma casa elegante próxima à orla, descobrirem que tem mais em comum do que poderiam imaginar. Rosa, George e Charlotte chegam a casa número 11 cada uma com um motivo bem distinto, porém a casa representa um recomeço;

Rosa é a única que tem o motivo de ter ido para em Brighton não totalmente esclarecido, nos fazendo imaginar mil situações enquanto pequenos fragmentos do passado são contados. Então mesmo tendo uma ideia do que aconteceu descobrir o todo da situação que a fez largar tudo e começar uma nova carreira e uma nova vida é algo que acrescenta muito ao começo da história e no fim rende boas risadas. Ela realmente tomou uma resolução impulsiva, mas que na realidade revelou algo que sempre foi um grande desejo e que ela se esforça de todas as formas para tornar não apenas em realidade, mas em algo que seja sólido.
“Estar apaixonada era mais como o que vinha logo depois de o paraquedas abrir: a sensação de flutuar, suspensa como um pássaro no céu azul, a adrenalina transformando-se imediatamente em euforia e alegria ofegante. Não sabia se queria voltar um dia para terra firme. ”
A presença de Jo e sua filha são fundamentais para o crescimento da personagem ao longo da história e mais ainda para ela entender o que tanto buscava quando procurou um recomeço. Adorei o caus instalado pela Bea e todas as tiradas sem filtro dela na história.

Charlotte, começa nos deixando com o coração apertado por sua dor e perda, a carga dramática dela rende muita emoção a história fazendo com que nos apeguemos a esperança que a Margot consiga ajudá-la a voltar a viver e a continuar de onde sua vida parou. A experiência do luto é diferente para cada pessoa e algumas levam um tempo a mais para conseguir aprender a conviver com esse sentimento que sempre vai acompanhar a pessoa.
“Pela sua experiência, os problemas só começavam quando deixava outras pessoas entrarem em sua vida. Ficar sozinha, sem incomodar ninguém, e construir uma cerca em torno de sua vida discreta e tranquila... não era nada além de autopreservação. ”
Preciso destacar que a personagem Margot dá um show de sabedoria, bom humor e algo que todos precisamos de vez em quando, uma amizade que nos tire do caminho e nos faça apreciar o percurso, que faça com que a vida não seja apenas acordar, trabalhar e dormir. Que seja viver e não apenas existir. Adorei as lições de vida que ela trouxe e as risadas realmente altas que eu dei foram por causa das tiradas irônicas dessa francesa que encontrou seu lar na Inglaterra.

George é a única das três que chega nessa casa com um relacionamento, e a que mais me irritou de todos os modos. Eu esperei muito dela, e mesmo ela tendo crescido ao longo da história não foi o suficiente para me fazer concordar com algumas escolhas e atitudes dela. E as confusões que ela se mete não me fizeram rir, simplesmente me fizeram gostar menos dela e o fim da história dela realmente não ajudou a subir meu conceito, mas enfim, não é nenhuma novidade que temos várias “Georges” por aí.
"Ali estava sua resposta. Podia ter ido atrás de Simon para Brighton, mas talvez, estivesse na hora de retomar aquela ambição abandonada, assumir o leme de sua vida e virá-lo em uma direção totalmente nova, para onde quisesse ir. Ah, agora, sim! ”
Quando as três se conhecem, a esperança renasce, a amizade floresce e um novo capítulo se inicia na vida dessas mulheres. E é aqui que a história realmente fica emocionante, apesar que devo alertar para não esperar nada do tipo BBF (melhores amigas para sempre) elas têm uma amizade que é bem verdadeira, e que dão aquele apoio necessário quando as coisas não estão realmente bem e que são importantes nas horas de celebrar desde as pequenas até as grandes conquistas. Porque ao invés de se fecharem entre elas acabam trazendo para esse círculo de amizade outras pessoas que também faziam parte de suas vidas, como Margot, Jô e Bea.

Adorei a história ter mostrado que tudo parece pior quando estamos focadas em nossos problemas e que nos deixam no estado de egoísmo que nos prendem ao pior da situação, que dar um passo para fora do nosso “mundinho” nos permitindo olhar em volta pode ser algo além de libertador, extremamente necessário. Que somos responsáveis em salvar a nós mesmas e não esperar que outra pessoa faça isso ou que simplesmente aconteça. Que sempre é possível um novo recomeço, quantas vezes forem necessárias para ser a certa.

Elisabete Finco do Blog Pretenese.

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