[Resenha] Nós Somos Inevitáveis de Gayle Forman










Nós Somos Inevitáveis
Autor :
 Gayle Forman
Paginas : 256
Editora : Arqueiro
Gênero : Romance, Jovem Adulto
Classificação :



Sinopse:

Aaron Stein acreditava que livros eram milagres. Mas sua fé acabou. Mesmo trabalhando no sebo da família, o único livro que Aaron suporta ler ultimamente fala da extinção dos dinossauros.  É um tema que ele conhece muito bem, agora que o irmão e a mãe partiram e os amigos o abandonaram, deixando-o sozinho com o pai na loja de uma cidadezinha onde ninguém mais parece ler, à espera do inevitável fim.    Então, quando se depara com a oportunidade de vender a livraria, Aaron a aproveita, pensando que é a única forma de sair daquela situação. O que ele não imaginava era que Chad, um conhecido da época do colégio que agora é cadeirante, e um grupo de velhos lenhadores resolveriam tomar para si o projeto de reconstruir a loja.
E ele com certeza não esperava conhecer Hannah, uma linda e corajosa musicista, que talvez seja exatamente o tipo de inevitável pelo qual vinha esperando.    Todos eles ajudarão Aaron a compreender tudo que perdeu, tudo que ganhou, quem ele é agora e quem deseja ser. E lhe mostrarão que a destruição nem sempre leva à extinção – às vezes, leva à criação de algo completamente novo.

Oi, pessoa! Tem algum tema literário que te pega e quando o livro trata do assunto, você simplesmente não consegue deixar de ler? Eu sim, livros que falam sobre livros e leitores tem um espaço garantido na minha TBR, eu amo! E claro, que sendo assim não teria como deixar de ler essa história, e agora eu compartilho o que achei da leitura.
“Vinte e seis letras e alguns sinais de pontuação, e temos palavras infinitas em mundos infinitos. Como isso não é um milagre?”
Eu amei o começo, porque à primeira vista parece que Aaron Stein está com uma monumental ressaca literária, porém logo essa ideia se desfaz e fica claro que a questão é muito mais delicada. Ele perdeu a fé e a esperança mesmo trabalhando no sebo da família, o único livro que Aaron suporta ler ultimamente fala da extinção dos dinossauros. E aqui, meu coração de leitora foi muito empática com Aaron porque mesmo naquele momento um livro era sua referência e refúgio, leitores nunca estão realmente sós, enquanto tiverem acesso a um livro.

Assim, Aaron vai nos contando a história, e nos explicando como sua vida chegou a ponto em que está, o irmão e a mãe partiram e os amigos o abandonaram, deixando-o sozinho com o pai na loja de uma cidadezinha onde ninguém mais parece ler, à espera do inevitável fim. E estamos em meio a descoberta desse fato, quando vemos ele se deparar com a oportunidade de vender a livraria, e para meu total desespero Aaron a aproveita, pensando que é a única forma de sair daquela situação. O que ele não imaginava era que Chad, um conhecido da época do colégio que agora é cadeirante, e um grupo de velhos lenhadores resolveriam tomar para si o projeto de reconstruir a loja (eu já torcia para isso, e agora quero matar o Aaron).
"Porque não importa o que Hanna e eu somos agora, nunca deixarei de acreditar que somos inevitáveis. Não apenas ela e eu, mas eu e Chad. Chad e Jax. Ira e Ike. Talvez nós sejamos inevitáveis."
E nesse momento, o livro já se mostrava cheio de diversidade e representatividade, levantando além de ótimas referências literárias, questões como luto, a importância dos sebos e das pequenas lojas na dinâmica social dos bairros e das cidades, a ‘ausência’ de leitores e como os pequenos comerciantes lidam com os conglomerados e a falência pela ausência de clientes com a concorrência do comercio online. E isso bem apresentado em meio ao caus emocional e financeiro em que nosso personagem principal se encontram. O livro nos deixa confusos, porque como temos a visão de Aaron vamos vivendo os sentimentos dele e quando Hannah, uma linda e corajosa musicista, que talvez seja exatamente o tipo de inevitável pelo qual vinha esperando.

Mas definitivamente esse livro não é um romance, quem já conhece a escrita da Gayle sabe que ela trata de conflitos e doenças, e assim vamos conhecendo as dificuldades de Chad como alguém que perdeu os movimentos e agora é cadeirante mas ao contrário de Aaron, sabe que ainda tem muito a aprender e lida com os problemas de uma maneira bem mais compreensível., a dor de seu pai que insiste em viver numa vida que não existe mais e sofre tanto física quanto emocionalmente por isso, a vida de alguém em desintoxicação pelo abuso de substâncias e as verdades que o próprio Aaron não consegue encarar. E nesse turbilhão de coisas, vamos vendo que toda negação pode ser uma forma de não olhar de frente os problemas que realmente estão impedido a vida de prosseguir. E sim, se você achou nesse momento que são coisas demais, realmente foram e acabaram deixando os temas sem uma profundidade melhor ou tratadas de forma tão rápida que é impossível não dizer superficiais demais.

E quando, a virada na vida dele vai realmente começar vemos o quanto ninguém é uma ilha e ao se isolar perdemos a perspectiva do quanto nossa vida afeta as pessoas a nossa volta e que ao invés de poupá-las da dor estamos tornando a dor ainda maior por torná-las impotentes de nos mostrar que nos precisamos fazer a mudança por nós mesmos, mas não precisamos fazê-la sozinhos. O livro então, é sobre novas oportunidade, sonhos e como lidar com sentimentos que quanto mais ignorados mais criam dores, o que sempre torna os livros da Forman maravilhosos, não são os problemas e sim a possibilidade de quanto existe vida, temos sim a chance de melhor e resolver os conflitos que nos afligem. Que a vida é dolorosa, mas anda sim maravilhosa! Leia, reflita e divirta-se!

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